Entre reajustes do iFood, investidas bilionárias da Meituan, crise na avicultura e inflação recorde no café, o mercado de food service vive um momento de virada.
A seguir, você entende o que está mudando, por que isso importa e como preparar sua operação pra acompanhar tudo isso de forma mais inteligente.
Desce a tela e bora acompanhar. 👇
🏍️Mercado de delivery segue pegando fogo🔥
Abril teve tanta movimentação nos grandes players de delivery que fizemos uma edição temática só sobre isso. Em maio, essa disputa trouxe mais alguns desdobramentos…
iFood aumentou a taxa mínima, mas segue pressionado
Na virada do mês, o iFood, líder atual no mercado, reagiu com um pacote de atualizações:
- Reajuste na taxa mínima dos entregadores: de R$ 6,50 para R$ 7,50 (carros e motos) e R$ 7,00 (bicicletas). Uma alta de até 15,4%.
- Ampliação do seguro social: agora inclui até 30 dias de cobertura por afastamento, indenização maior por morte ou invalidez (de R$ 100 mil para R$ 120 mil), apoio para educação de filhos e reembolso médico ou cobertura total de despesas médicas e hospitalares.
- Sem repasse de custo para restaurantes ou consumidores. Segundo a empresa, o reajuste será absorvido pelo próprio iFood. Será?
Ainda assim, entregadores seguem pressionando: pedem R$ 10 por entrega e R$ 2,50 por km rodado, além de mudanças em bloqueios e agrupamento de pedidos.
Aliança entre iFood e Uber
Poucos dias após anunciar essas medidas, o iFood anunciou uma parceria estratégica com a Uber. A aliança vai ampliar ainda mais o alcance logístico e tecnológico das duas plataformas, num movimento que pode consolidar a liderança do iFood e reduzir a distância para o finado (no Brasil) Uber Eats.
Em breve, vai dar pra pedir comida no app da Uber — e Uber no app do iFood. Doideira, né? Clique aqui pra entender melhor!
🇨🇳 Olha a china vindo, mlk…
Enquanto isso, a Meituan, maior empresa de delivery do mundo, anunciou que vai investir US$ 1 bilhão no Brasil pelos próximos cinco anos com sua nova marca: Keeta.
O plano não é só entregar comida:
- É criar uma rede nacional de entregas com estrutura própria;
- É oferecer ferramentas digitais e de marketing para impulsionar restaurantes locais;
- É ampliar oportunidades para entregadores — com promessas de ganhos competitivos (detalhes ainda a confirmar);
- É trazer ao Brasil tecnologias avançadas já usadas na China, como entregas por drone, que lá já operam em áreas urbanas.
A Keeta já opera em Hong Kong e Arábia Saudita, e afirma ter dobrado as vendas dos parceiros locais nesses mercados. Agora, quer repetir essa fórmula por aqui.
99Food volta com apetite e aposta agressiva
Quem também voltou ao jogo foi a 99Food, agora com um plano mais claro de como espera conquistar os restaurantes que não aguentam mais pagar comissões altas:
- Taxas zeradas por 2 anos;
- Investimento de R$ 1 bilhão para escalar rapidamente a base de usuários e estabelecimentos parceiros;
- Opções de entrega full service ou marketplace com entrega própria — dando mais autonomia para o restaurante escolher.
Relembrando: Por que tudo isso importa pra quem empreende no food service?
Porque essa corrida impacta seus custos, comissões, canais de venda, logística e poder de negociação. E, ao mesmo tempo que pode apertar as margens, também abre oportunidades:
✅ Negociar melhor com os apps ✅ Operar com mais autonomia ✅ Expandir canais com controle total dos dados e margens ✅ Integrar operações com sistemas inteligentes (como o CNM, que já se conecta direto com os principais apps do mercado)
🦠Alerta: gripe aviária no radar
O Brasil registrou seu primeiro caso de gripe aviária em granja comercial, no Rio Grande do Sul, e o reflexo foi imediato: 19 países suspenderam compras de frango brasileiro, incluindo China e México (via UOL). A estimativa é de US$ 300 milhões em perdas mensais (via VEJA).
⚠️ Atualmente, há várias investigações em andamento. O foco inicial foi contido e não há casos em humanos. O governo afirma que o país tem estrutura para enfrentar a crise, mas o setor avícola segue sob pressão.
📌 No food service, o impacto pode vir assim: oscilação de preços na oferta do frango, mudança no abastecimento e mais atenção à segurança sanitária. O preço pode até cair no curto prazo, mas fica o alerta para adaptar cardápios e fornecedores, se necessário.
☕E o café, ein?
Maio não é só o mês do trabalho, das mães e das noivas. Também é mês do Dia Nacional do café, 24 de maio, que marca o início oficial da colheita do café no Brasil. E tudo isso combina com um hiperfoco em café que estou tendo, então bora falar sobre ele, nosso querido e cada vez mais caro (😢) café.
E já começamos com uma bomba: de maio de 2024 a abril de 2025, o café moído subiu 80,2%, a maior inflação do setor desde o início do Plano Real, segundo o IBGE (via Folha). Em Porto Alegre, o aumento beirou os 100%.
O motivo? Clima instável, estoques baixos, especulação no mercado e uma dura realidade: não vai voltar ao preço antigo tão cedo. O presidente da Illycaffè (via Folha) já afirmou que o novo patamar global da commodity deve girar entre US$ 1,80 e US$ 2,00 por libra-peso — bem acima da média histórica do mercado futuro da ICE Futures US (entre US$ 1,00 e US$ 1,50).
Isso significa que o preço da xícara continua pressionado. Mas, mesmo com a alta, a demanda por cafés especiais, experiências imersivas e novas cafeterias só cresce.
Tendências Asiáticas de Café
Já que estamos falando tanto de café e de Ásia (com a chegada da Meituan), aqui vão algumas curiosidades sobre o café asiático e o que podemos aprender com ele (via Folha):
- Café gelado é uma tendência. Em cafeterias coreanas e japonesas, bebidas frias chegam a vender mais que as quentes, mesmo no inverno. Principalmente entre os jovens.
- Talvez o café não esteja caro. Talvez ele esteja caminhando globalmente para uma tendência de se se tornar caro. No Japão, uma xícara simples sai por R$ 20 a R$ 40, sendo tratado não como bebida do dia a dia, mas como um produto premium. Que isso não aconteça por aqui também… 😢
- Misturado é o novo puro. Iced latte com leite de aveia, cold brew com tônica, espresso com yuzu… O café hoje em dia é a base para diferentes experiências sensoriais, não um fim em si mesmo. Assim como a geração Z está antenada em bebidas geladas, ela também está interessada na combinação sabor + estilo + propósito (e uma foto instagramável, óbvio).
- No Brasil, café é associado a uma experiência coletiva, social. No Japão, café é uma experiência solitária e contemplativa. Por isso há tantas cafeterias com vistas para o mar, com torrefação no salão, cercados por uma arquitetura mais minimalista.
Moral da história? Se você tem uma cafeteria, os ventos indicam que há grandes chances do público mudar e novas demandas surgirem. Por isso, sua vitrine precisa evoluir. E seu cardápio também.
Se você entendeu isso, ótimo, meio caminho andado. O próximo passo? A gente te ajuda com ele: nos próximos dias, vamos lançar o Plano CNM para Cafeterias, feito sob medida pra quem vive (e vende) café todos os dias.
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