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Fim de Feira #7: Segue o fio dos bilhões e tretas do Food Service!

O mês foi intenso: bilhões investidos, tretas judiciais, tarifas que bagunçam do campo ao balcão, números que dão respiro e outros que tiram o sono.

O food service nunca foi só sobre servir comida… é sobre navegar entre hype, crise e oportunidade, sem deixar a operação parar. E nisso tudo o CNM é especialista!

A timeline das tretas, milhões e manobras no delivery

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Tanta movimentação no setor que a gente precisou colocar em ordem. Segue o fio:

  • 05/08 – iFood injeta R$ 17 bi e vira fintech de vez: O unicórnio brasileiro anunciou um pacote de R$ 17 bilhões até março de 2026 para aumentar tráfego, crédito e pontos de apoio a entregadores. Outros R$ 500 milhões vão para startups — com foco em IA e fintechs. A primeira tacada foi a compra de 20% da CRMBonus (com opção de aquisição total por R$ 10 bi). Tudo isso, segundo o CEO, sem mirar a concorrência.
  • 12/08 – 99Food volta com R$ 500 mi e promete romper o sistema: Reestreia em SP com 12 meses sem comissão, bônus de R$ 400/dia pra entregador, preços do salão no app e comunicação provocativa. Foram 20 mil restaurantes e 50 mil entregadores no lançamento, além de um taxômetro gigante projetado em prédios pra cutucar o iFood. Meta: movimentar R$ 1 bi e furar o bloqueio do líder.
  • 14/08 – Keeta acusa 99Food de travar concorrência com R$ 900 mi: Gigante chinesa Meituan (dona da Keeta) acusa a 99Food de oferecer cláusulas de exclusividade abusivas em troca de até R$ 900 milhões a restaurantes. A 99 admite os contratos, mas diz que são “estratégicos e legais”. A Keeta vê tentativa de duopólio com o iFood e aciona a Justiça.
  • 18/08 – 99 processa Keeta por copiar visual e cor amarela: Depois de ser acusada por práticas anticoncorrenciais, a 99 contra-ataca e entra com ação contra a Keeta por plágio visual, incluindo cor, fonte e estilo. A empresa pede multa de R$ 10 mil por dia. A guerra que era por mercado agora é também por identidade.
  • 21/08 – iFood e Mottu unem forças para blindar entregadores: Nova parceria oferece aluguel de motos por R$ 19/dia, bônus de até R$ 350/mês e suporte contra roubos. A ideia é fidelizar entregadores diante da ofensiva da 99Food. A Mottu já soma 130 mil motos e mira 1 milhão. Começa em SP, escala nacional a partir de setembro.
  • 21/08 – Rappi capta US$ 100 mi e volta ao jogo com gás novo: Colombiana fecha sua maior operação de dívida, com apoio do Santander e da Kirkoswald. Os US$ 100 milhões vão pra expansão, caixa e refinanciamento. A meta: dobrar o faturamento de R$ 2,5 bi e investir R$ 1,4 bi até 2028 no Brasil. Estratégia? Plataforma mais tech, mais conteúdo e mais social.
  • 28/08 – STF diz: apps ficam fora da decisão sobre pejotização. Gilmar Mendes esclarece que o julgamento sobre pejotização não afeta entregadores e motoristas de app. Esse tipo de vínculo será avaliado separadamente no Tema 1.291, sob relatoria de Edson Fachin. Por enquanto, nada muda: o setor segue sob nuvem de insegurança jurídica.

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Tarifaço do Trump: do campo ao balcão, o efeito chega no food service

O tarifaço de 50% que os EUA aplicaram sobre produtos brasileiros virou terremoto no agro, e o tremor já bate na porta do food service. Três setores dão a dimensão do impacto:

🍯 Plano Brasil Soberano: governo tenta segurar perdas

Com exportações de açaí, castanhas, mel, manga, uva e pescados travadas pelo tarifaço, o governo federal lançou o Plano Brasil Soberano. A medida permite que estados e municípios comprem esses alimentos direto de produtores, sem licitação, para abastecer escolas e formar estoques.

💰R$ 40 bilhões em linhas de crédito emergencial foram anunciados (FGE + BNDES). O objetivo é garantir renda mínima e evitar quebradeira no campo.

📌 Pro food service: se o açaí e frutas perderem exportação, a tendência é excesso no mercado interno e preço mais volátil nos próximos meses. Quem trabalha com polpa, sucos e sobremesas precisa ficar de olho nas tabelas semanais.

🥃 Cachaça: contratos quebrados, mercado perdido

No setor de cachaça, a pancada foi direta: contratos suspensos, pedidos cancelados e risco de perder espaço nos EUA. O Ibrac estima queda de até 30% nas exportações.

Produtoras tradicionais, como Cachaça Avuá (RJ) e Weber Haus (RS), já relatam cortes no faturamento e dificuldade de redirecionar volumes a outros mercados.

📌 Pro food service: menos exportação pode até significar mais produto disponível no Brasil. Mas cuidado: marcas premium podem repensar preço e posicionamento, tentando compensar a perda externa no mercado doméstico.

☕ Café: alta interna, incerteza externa

O café, carro-chefe do Brasil, também entrou na lista. E o resultado imediato foi alta nos preços internos. Em agosto, o robusta subiu 43% e o arábica 26% (Cepea-Esalq).

Como os EUA não produzem café, a tarifa não só afeta exportadores, mas também torrefadoras e cafeterias americanas. A Colômbia (concorrente direta) segue isenta, o que aumenta a pressão sobre o Brasil.

📌 Pro food service: cafeterias e restaurantes que dependem de grãos nacionais já sentem no bolso. O desafio é repassar preço sem perder cliente. A recomendação dos analistas: renegociar contratos e acompanhar as cotações semanais.

🍽️ Resumo do prato:

  • Curto prazo: estoques internos maiores (açaí, frutas, cachaça) e pressão nos preços (café).
  • Médio prazo: menos previsibilidade, mais volatilidade.
  • Longo prazo: se os EUA mantiverem a tarifa, produtores terão que abrir novos mercados. Até lá, o food service precisa ajustar cardápio e precificação.

Food service no fogo cruzado: alta tímida, confiança em baixa e crédito travado

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Julho deu um alívio: as vendas em bares e restaurantes cresceram 0,4% no Índice Abrasel-Stone. Mas, quando a lupa amplia, o retrato muda: em relação a julho de 2024, houve queda de 0,9%. Ou seja, o setor respira, mas ainda corre atrás do fôlego perdido.

Em agosto, a confiança do consumidor (ICC/FGV) recuou mais 0,5 ponto, sinal de que as famílias seguem cautelosas, mesmo com férias, turismo e calor ajudando a movimentar salões. Para o segundo semestre, a expectativa é positiva (verão + confraternizações de fim de ano), mas sob uma base de consumo fragilizada.

A pressão não vem só da ponta do cliente: os bastidores estão ainda mais apertados. O Brasil bateu recorde de 7,4 milhões de micro, pequenas e médias empresas inadimplentes (95% dos CNPJs negativados). Boa parte são negócios de serviços e varejo, setores que, assim como o food service, vivem do giro rápido e do caixa no dia a dia.

📌 O que isso significa pro operador de bares e restaurantes?

  • Acesso a crédito mais caro e restrito: bancos e financeiras ficam mais seletivos, o que trava investimentos e capital de giro.
  • Cadeia de fornecedores fragilizada: se distribuidoras e pequenos produtores estão negativados, atrasos e renegociações viram rotina.
  • Consumo pressionado: com famílias endividadas, o gasto fora de casa passa a ser ainda mais seletivo.

Em resumo: o setor até mostra resiliência, mas joga em campo minado. O desafio não é só vender mais: é vender melhor, com margem, controle e olho no fluxo de caixa.

🤡 Bizarrices do mês

🐶 Mascote multado: uma cafeteria na Austrália levou multa de quase R$ 3 mil porque o cachorro dos donos, o dachshund Pongo, virou cliente VIP demais: foi flagrado passeando perto da cozinha. O pet agora vai pra creche enquanto os humanos servem café (e pup cakes a R$ 17).

Ensinamento: ser pet friendly vende, mas não confunda charme com risco sanitário. Limites claros evitam multa (e confusão online).

🍔 Funcionária multitarefa (e demitida): nos EUA, uma trabalhadora do Burger King viralizou ao administrar sozinha um restaurante inteiro — do drive-thru à limpeza. Ganhou vaquinha de R$ 350 mil dos internautas… e ganhou também a demissão. A rede culpou o franqueado, mas admitiu: ninguém deveria operar um BK no modo “um-woman show”.

Ensinamento: sobrecarga pode até render like, mas queima marca e time. Equipe enxuta demais custa caro (em erros, desgaste e imagem).

🌮 Tamales em queda livre: uma microempresa mexicana em Los Angeles viralizou com um vídeo criado em 10 minutos no ChatGPT: um homem cai de um avião sem paraquedas, e o narrador recomenda “pousar na The Original Tamale Company”. Resultado: 22 milhões de views e salto nas vendas. Do pavor ao sabor, em um só reel.

Ensinamento: criatividade e timing nas redes sociais podem transformar um negócio local em sucesso global. Marketing ágil é receita de impacto.

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