Você sabia que seu restaurante pode ser interditado por não seguir uma regra da Anvisa que está em vigor desde 2004?
Essa regra tem nome e sobrenome: RDC 216. Ela é um dos principais pilares das normas sanitárias que regem o setor de alimentação no Brasil. Ignorá-la pode custar caro — e não estamos falando só de multas. Pode significar colocar em risco a saúde dos seus clientes e até mesmo fechar as portas do seu negócio.
Mas calma. Entender a RDC 216 é mais simples do que parece. E com o apoio certo — como um sistema de gestão inteligente — dá pra manter tudo sob controle e focar no que importa: servir bem.
O que é a RDC 216?
A RDC 216 é uma resolução da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), publicada em setembro de 2004. Ela define o Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação, ou seja, estabelece um conjunto de regras e procedimentos obrigatórios para garantir a higiene e a segurança dos alimentos preparados e comercializados em todo o Brasil.
Essas normas valem para todos os serviços de alimentação, como restaurantes, bares, lanchonetes, padarias, food trucks, cafeterias e até dark kitchens. Não importa o tamanho ou tipo de operação — se tem comida envolvida, tem RDC 216.
Quem fiscaliza o cumprimento da resolução são os órgãos de vigilância sanitária estaduais e municipais. E quem desrespeita está sujeito a penalidades que vão de advertência até a interdição do local, além de sanções previstas por lei.
Por que ela é tão importante?
Porque a RDC 216 é, acima de tudo, uma medida de proteção à saúde pública. Ela previne contaminações alimentares, promove a padronização das práticas sanitárias e garante que os alimentos servidos estejam dentro dos padrões mínimos de segurança.
Seguir essa norma é também uma forma de demonstrar responsabilidade, ganhar credibilidade com o consumidor e evitar prejuízos operacionais. Um estabelecimento que se preocupa com boas práticas é mais confiável — tanto para o cliente quanto para os órgãos reguladores.
Principais exigências da RDC 216 para bares e restaurantes
Não precisa se assustar com o tamanho do texto legal original, que pode ser acessado através desse link. Vamos resumir aqui os principais pontos da RDC 216 que afetam diretamente o dia a dia do seu negócio.
Estrutura física
O espaço onde os alimentos são manipulados precisa ser planejado para facilitar a limpeza, a organização e evitar qualquer risco de contaminação. Isso começa desde o projeto da cozinha até os detalhes dos acabamentos.
Algumas exigências importantes:
-
Pisos, paredes e tetos devem ser lisos, impermeáveis, laváveis e mantidos em bom estado, sem rachaduras, bolores ou infiltrações.
-
Iluminação adequada para garantir boa visualização durante a manipulação dos alimentos, com luminárias protegidas contra quedas e explosões.
-
Boa ventilação, com renovação do ar e controle de umidade, vapores e fumaça. O ar não deve soprar diretamente sobre os alimentos.
-
Portas e janelas bem ajustadas, com fechamento automático nas áreas de preparo e armazenamento.
-
Telas milimetradas nas aberturas externas e nos sistemas de exaustão, para evitar a entrada de pragas.
-
Instalações com acesso independente, sem cruzamento de fluxos e com separação física entre áreas para evitar contaminação cruzada.
-
Ralos sifonados, caixas de gordura fora da área de preparo e ligação correta com rede de esgoto.
-
Ausência de objetos em desuso, sujeira ou animais nas áreas internas e externas.
-
Lavatórios exclusivos e em número suficiente na área de manipulação, equipados com sabonete líquido antisséptico, toalhas de papel não reciclado e coletores acionados sem contato manual.
-
Equipamentos, móveis e utensílios devem ser feitos com materiais resistentes, laváveis e atóxicos, em bom estado de conservação e próprios para uso com alimentos.
-
Manutenção e higienização dos equipamentos devem ser regulares e registradas.
Higiene e manipulação
A higiene dos manipuladores é um dos pilares da RDC 216 — e isso vai muito além de lavar as mãos.
Regras essenciais:
-
Lavagem das mãos ao chegar, após qualquer interrupção e sempre que necessário, com sabonete líquido antisséptico e toalha descartável.
-
Uso de uniforme limpo e exclusivo, com cabelos presos e protegidos, sem adereços, maquiagem ou barba.
-
Unhas curtas, limpas e sem esmalte. Nada de manipular alimentos com anéis, relógios ou pulseiras.
-
Capacitação regular dos manipuladores sobre higiene, contaminação cruzada e doenças transmitidas por alimentos. A participação deve ser registrada.
-
Afastamento imediato de colaboradores com feridas, sintomas de infecções ou doenças que possam comprometer a segurança dos alimentos.
-
Proibição de comportamentos que possam gerar contaminação: fumar, falar em excesso, assobiar, comer, espirrar ou manusear dinheiro nas áreas de preparo.
-
Visitantes também devem cumprir todas essas exigências.
Alimentos e armazenamento
Desde o recebimento até o consumo, os alimentos devem ser tratados com muito cuidado. A RDC 216 determina como garantir a segurança em cada etapa.
Pontos de atenção:
-
Recepção dos insumos em área protegida, com inspeção visual, controle de temperatura e aprovação dos lotes.
-
Alimentos armazenados sobre estrados ou prateleiras, em local limpo, arejado e com controle de validade e identificação correta.
-
Armazenamento que previna contaminação cruzada, com separação entre produtos crus e prontos, além de organização por tipo e prazo de validade.
-
Embalagens primárias devem ser limpas antes de entrar na área de preparo.
-
Produtos perecíveis só podem ficar em temperatura ambiente pelo tempo mínimo necessário.
-
Regras específicas para descongelamento, que deve ocorrer em temperaturas abaixo de 5ºC ou diretamente no micro-ondas se o alimento for imediatamente preparado.
-
Durante a cocção, os alimentos devem atingir pelo menos 70ºC em todas as partes.
-
Alimentos preparados devem ser conservados:
-
Quentes: acima de 60ºC, por até 6h.
-
Frios: abaixo de 5ºC, com resfriamento rápido (de 60ºC para 10ºC em até 2h).
-
-
Não é permitido recongelar alimentos já descongelados.
-
Produtos prontos devem ser identificados com data de preparo e prazo de validade.
-
Óleos e gorduras usados na fritura devem ser controlados e substituídos sempre que houver alteração sensorial (espuma, cheiro forte, gosto ruim).
Documentação obrigatória
Nem só de práticas se faz a conformidade. A documentação é fundamental para mostrar à vigilância sanitária que tudo está sob controle — na prática e no papel.
Você vai precisar manter e atualizar:
-
Manual de Boas Práticas: documento que explica como o seu negócio cuida da higiene, estrutura, funcionários, resíduos, água e muito mais.
-
POPs (Procedimentos Operacionais Padronizados): instruções claras e sequenciais para atividades como higienização, controle de pragas, capacitação dos colaboradores e manutenção dos equipamentos.
-
Registros: comprovação de que os procedimentos foram executados — como trocas de óleo, controle de temperatura, limpeza da caixa d’água e treinamento de equipe. Todos esses registros devem ser guardados por, no mínimo, 30 dias.
Quais os riscos de não seguir a RDC 216?
Descumprir a RDC 216 pode trazer consequências sérias:
-
Multas que variam de acordo com a gravidade da infração
-
Interdição parcial ou total do estabelecimento
-
Prejuízos financeiros e danos à imagem da marca
-
Casos de intoxicação alimentar podem gerar ações judiciais e responsabilização do proprietário
E o mais importante: colocar em risco a saúde dos clientes — o que, além de antiético, pode ser fatal para a reputação do seu negócio.
Como o CNM pode ajudar seu bar ou restaurante?
Manter a operação em dia com a RDC 216 exige organização, agilidade e controle — especialmente em processos que envolvem insumos, equipe e atendimento. E é justamente aqui que o CNM pode ajudar.
Como sistema de gestão voltado ao setor de alimentação, o CNM oferece recursos que facilitam o dia a dia e ajudam você a manter mais controle sobre pontos críticos da operação, como:
-
Gestão de estoque: controle preciso de entradas, saídas e alertas de insumos com validade próxima do vencimento;
-
Frente de Caixa integrada: emissão fiscal rápida e integrada com o controle de vendas e entregas;
-
Gestão de comandas e mesas: agilidade nos pedidos, menor chance de erro e mais fluidez na operação;
-
Integração com balança e KDS: apoio direto no preparo dos alimentos, com menos retrabalho e mais padronização;
-
Relatórios de desempenho (CNM Analytics): acompanhamento em tempo real de indicadores operacionais que ajudam a tomar decisões rápidas e baseadas em dados.
Tudo isso contribui para uma operação mais eficiente, com menos falhas operacionais, o que permite que você dê mais atenção a manter padrões exigidos pela vigilância sanitária.
👉 Quer ver como o CNM pode se encaixar na rotina do seu negócio? Agende uma consultoria gratuita com nosso time e descubra o plano ideal para você.